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Publicado em: 10/05/2017 11:08:01

Encontro

T empo, tempo, tempo.

Colégio Perspectiva: Fazendo uma educação para o amanhã, por que o ontem já foi feito e o hoje está acontecendo.
 

Sou o Tempo que passa,

Sem princípio, sem fim, sem medida.

A correr, de segundo em segundo,

Vou formando os minutos que correm…

passado, futuro e presente.

Formo as horas que passam no mundo,

Formo os anos que nascem e morrem.

Trabalhai, porque a vida é pequena.

E não há para o Tempo demoras!

Não gasteis os minutos sem pena!

Não façais pouco caso das horas!

 

Com essa pequena licença poética foi aberto no último dia 31 de março a Estação REDEi 2017  na Costa do Sauípe, que teve como tema: “Tempo, tempo, tempo. A mesma levou aos professores, diretores e coordenadores ali presentes uma reflexão sobre as muitas faces do tempo no exercício pleno do nosso trabalho educacional. O plenário se transformou em uma grande aldeia regional que atraiu educadores de vários Estados do Brasil e também da Bahia. Entre eles esteve presente o corpo docente do Colégio Perspectiva que contou com  um número bastante significativo de professores da Unidade de Candeias e Simões Filho. Além é claro, da nossa gestora e da equipe pedagógica do Colégio. A equipe de professores  do Colégio Perspectiva super entusiasmados e curiosos durante todo o transcorrer do evento, disputaram as vivencias e dentro do cronograma participara efetivamente de tudo.

A primeira noite foi marcada pelo novo, pelo conhecer e o desmistificar conceitos. E logo na abertura fomos convidados a conhecer um pouco da cultura indígena, com o palestrante Daniel Munduruku. O mesmo iniciou sua palestra com a indagação: - Qual é uma pergunta que nós nunca perguntamos a uma criança Munduruku? O que você vai ser quando crescer? - Porque ela não será nada. Ela já é tudo o que ela precisa ser naquele momento.

E assim o assunto foi seguindo e ficando mais instigante. Ao término de sua participação o público foi contagiado por uma pequena canção indígena.

Em seguida e dando prosseguimento ao encontro Sandra Helena Monteiro, pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora, usa a mitologia grega e histórias da infância dela para falar sobre as nossas relações com o tempo. “O que é o tempo?" E nos fala de dois tempos: Chrosnos e Kairós   onde Cada civilização teve sua própria experiência com o tempo. Os gregos, por exemplo, nos transmitiram essa experiência por meio do mito de Chronos (ou Cronos) e Kairós, deuses do tempo. O mito é uma história que, longe de ser fantasiosa, pretende explicar o mundo e o homem por meio de imagens simbólicas que escondem uma realidade profunda. Por isso, antes de ser interagido, o mito precisa ser sentido. Para compreendê-lo é necessário transcender as aparências e buscar a verdade que nele se esconde. A história de Chronos e Kairós, narrada antes da Era Cristã, é capaz de elucidar sobre como nos relacionamos com o tempo na atualidade.

Chronos é o deus do tempo quantificado, que se pode medir. É o tempo corrente, rotineiro, ordenado pelo relógio, onde um minuto é igual ao outro, onde às horas sucedem-se os dias e a estes os meses e os anos. Representado como um velho tirano e cheio de crueldade, Chronos controlava o tempo desde o nascimento até a morte. Ele ditava aos mortais os que deveria ser realizado. Do nome desse Deus se deriva a palavra cronômetro que designa o instrumento para se medir o tempo. Portanto, quando falamos de Chronos estamos fazendo menção ao tempo cronológico, do calendário.

No mito, Chronos emasculou o próprio pai com a intenção de se apoderar do mundo. Mais tarde, como Senhor do Tempo, ele devora seus próprios filhos para continuar soberano. Tal imagem nos sugere que o tempo cronológico passa sem que possamos detê-lo e que ele aniquila tudo o que produz. Nada dura para sempre no mundo, nada se pode conservar e a única permanência é a impermanência. Assim, tudo o que é conquistado no tempo Chronos não tem valor eterno.

Na contemporaneidade facilmente percebemos o quanto Chronos amedronta e impera implacável. Muitos são escravizados por esse deus e acabam devorados. Vivem sob o julgo das datas, dos prazos, da idade que avança impiedosamente, experimentando ascensões e declínios. Tentam dominar Chronos, mas acabam dominados por ele. Mais “mecanizados” buscam cumprir ritmos e metas para além da condição humana e invariavelmente se infelicitam. Mas, ao lado de Chronos está Kairós, o Deus da oportunidade, do momento adequado, oportuno. Retratado como um jovem calvo com apenas um cacho de cabelos na testa, ele tinha uma agilidade sem igual, possuindo asas nos ombros e calcanhares. Kairós corria rapidamente e só era possível detê-lo agarrando-o pelos cabelos, encarando-o de frente. Porém, depois que ele passava, era impossível trazê-lo de volta. Devido à sua agilidade podia não ser percebido pelo observador desatento. Isso quer dizer que quando Kairós surge diante de cada um de nós como a ocasião adequada de fazer o que é certo na hora certa, devemos agarrar e trabalhar essa oportunidade, pois caso ela nos escape, não voltará. Dessa forma, precisamos nos tornar atentos observadores das oportunidades cotidianas.

Kairós é o tempo que não pertence à Chronos, portanto, não pode ser cronometrado. Ele simplesmente acontece, sem previsibilidade ou hora marcada. São aqueles momentos que se tornam eternos em nossa vida, mesmo que tenham sido breves. Um tempo interno e essencial que deixa uma impressão forte e única, para sempre, e que sustenta nossos passos na estrada existencial. Em Kairós somos humanos, vivemos e não apenas sobrevivemos!

Os gregos tinham convicção de que com Kairós podiam enfrentar Chronos. Ao vivermos em Kairós as oportunidades em nossa vida aumentam, pois não nos deixamos tiranizar por Chronos: temos a consciência do momento presente, sem os fardos do passado ou a antecipação do futuro, quando podemos ver a oportunidade e agarrá-la,“a maior oportunidade é a vida mesma, pela qual passamos quando tão somente planejamos e pensamos, em vez de vivermos”.

O tempo Kairós nos convida ao despojamento da exagerada e doentia cronologicidade para vivermos com mais leveza e autenticidade. É fato que não podemos nos desvincular completamente de Chronos, afinal, o tempo cronológico organiza a vida, mas devemos buscar um equilíbrio entre Chronos e Kairós. “Ambos os deuses, Chronos e Kairós, no relacionamento correto, pertencem a uma vida plena. Sem planejamento e sem regulamentações temporais não pode surgir nenhuma cultura. A convivência na vida profissional, bem como social e religiosa, está ligada ao tempo mensurável, matemático. Este deveria estar numa sadia relação de tensão com a vida no instante, com o experimentar, o usufruir, o reconhecer oportunidades e ocasiões”.

Absolutamente nada acontece no passado ou no futuro. Tudo se dá no presente, no agora, nesse fugaz instante. Cada momento é pleno de vida, trazendo a possibilidade de compreensão, crescimento e amadurecimento. Experimentamos Kairós quando estamos em harmonia conosco mesmos, sem o peso exagerado de Chronos, na medida certa, cadenciando com a vida como ela é. Onde o tempo finito é essencial a vida. E a palestrante afirma que: “Não estamos livres de Chronos. Tudo acaba um dia. Nossa vida é finita e curta”.

Quanto tempo ainda temos? Não há resposta para essa pergunta. Mas a consciência da morte deve fazer com que consideremos a vida como oportunidade valiosa e única. Como somos livres e responsáveis e, a cada novo amanhecer, temos a oportunidade de escolher como nos posicionar diante dos acontecimentos: vou me deixar devorar pelo tempo cronológico, por tudo aquilo que não permanece, ou caminharei atento ao meu Kairós? Não é a duração da vida o que mais importa, mas se foi vivida com entusiasmo, consciência e responsabilidade. E conclui sua participação deixando indagações. Onde cada um de nós tem sua resposta. Que escolhas você fará?Que vida você quer ter? Que obra deixará para o mundo?

As Vivências

Na vivência "Vejo, Logo Existe", uma experiência imersiva com o uso de um  óculos de realidade aumentada. Quais são os tempos da realidade virtual?

Na "Inspire... Expire" o objetivo é treinar a atenção, conectar nosso pensamento com aquilo que estamos fazendo, enquanto deixamos de lado os outros estímulos. Qual o tempo da nossa mente?

Selma, Rodrigo e Carlos desenvolvem a discussão sobre encontrar espaço para ócio e para a criatividade em nosso cotidiano, e abrem para a participação dos convidados.

Entre tantas outras vivências participamos também “Cantar, dançar e viver”, “tempos sem Fronteiras”, “Cara a cara”, “A areia e o vento” e “Natureza viva”.

Nós do Colégio Perspectiva Unidades de Candeias e de Simões Filho gostaríamos de agradecer a editora UNOI que junto a esse momento Estação REDEi pode proporcionar aos seus Parceiros dias intensos de reflexões, trocas de conhecimentos e vivências. Sabemos que união é preciso. Por isso, unir o alinhamento perfeito entre a tecnologia e um conteúdo riquíssimo e sempre atual, onde os recursos pedagógicos despertam a atenção e a curiosidade dos nossos alunos e nos dá uma gama de possibilidades de construir verdadeiramente um aprendizado significativo. Que por consequência gera uma gratificante parceria de confiança e certeza no amanhã.


" O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

                                                                                                                                                                                           Família Perspectiva

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